Não, ninguem me bateu. Estou de plena saúde, fisica e mental. Simplesmente não há tempo para escrever.
No domingo foi dia de fazer de babby-sitter do Afonso. De tarde decidimos ir dar uma volta com ele, mas como estava um tempo maravilhoso tivemos de ir até ao Shopping.
Houve o entra e sai normal das lojas e, quando estavamos para vir embora, eu fui ao cinema comprar pipocas, para vir entretida no carro!
Quando estava a sair da zona dos cinemas passa por mim uma pita (devia ter os seus 13 anos) de saltos anos, a abanar-se toda, exageradamente maquilhada, cara de menina. Não tinha mamas, não tinha rabo, não tinha nada.
Fiquei por breves instantes a observa-la, e lembrei-me de um texto que a minha prima R me enviou (o envio foi devido ao facto de me estar a queixar da minha idade --') quando eu tinha uns 13 anos....
«Segunda-feira, 13 de Agosto de 2007
Sweet Sixteen
Talvez porque tenha convivido mais nas últimas semanas que na minha vida toda com miúdos e miúdas sub-20, e quando me aproximo vertiginosamente dos 33, dou por mim a pensar nos sweet sixteen, nos tempos em que me era permitido ser arrogante e egocêntrica sem que o peso da moralidade e da vida adulta e, pior, do papel da mulher, visse pesar nas minhas leves idiossincrasias. Lembro-me da inocência dos beijos, da vertigem do toque e da miragem do Sexo. Lembro-me ainda da pele imaculada, sem riscos nem marcas das marcas dos outros, e recuo aos tempos em que o meu corpo não conhecia a força da gravidade.
Olho para as mulheres de 16 anos (como as de 17 e 18 e...) e não lhes vejo o brilho que reconhecia em mim e nas minhas amigas. Preocupam-se muito estas mulherzinhas. Sempre de ar carregado, passeiam-se entre o ar dos outros com o peso das passadas de elefante. Nunca lhes consigo acertar na idade. O olhar vidrado mostra-me lustros que não equivalem à infantilidade das suas palavras. Para onde correrão estas mulherzinhas? Qual é a pressa?
Aos quase 33, já me permitos dizer-vos: poupem-se. Não engulam golfadas de vida quando ainda é suposto tomarem colheres de café. Mantenham a pele sem vincos, por dentro e por fora. Sejam bonitas. Aos 20 ainda não é suposto saberem a diferença entre o caviar russo e iraniano ou entre um primeiro e segundo violinos numa orquestra. Não se espera que saibam sentir a força da música do Piazzola nem a tesão que dá foder ao som da sua melodia. Também não faz sentido que vivam as mágoas dos amores ditos impossíveis e das feridas que as doenças dos outros vos provocarão.
Vivam descansadas e despreocupadamente os traços do vosso tempo. E não queiram ser adultas antes do tempo. É feio e não dá saúde.»
1 comentário:
Fantástico!
Adorei a mensgem. Sem dúvida, é feio e faz mal à saúde, tudo vem a seu tempo.
Andas meio desaparecida mas é normal, estás numa missão de alto risco... eu percebo :D
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